quinta-feira, 22 de abril de 2010

Os sorieknuf (funkeiros)

CULTURA FUNK

Reconhecido por seu ritmo sincopado, e pelos vocais de seus cantores, o bumbo o tambor e o contrabaixo marcam o compasso com tanta força que os ossos vibram como se fosse de papel não há quem não se envolva a esse ritmo dançante.
É nas noites de fim de semana que esses terremotos musicais acontecem em vários pontos do território carioca. Um ponto é distinguido de outro pela medida de seus abalos sísmicos, quanto maior a magnitude na escala ricther melhor.
Mal se ouve a primeira batida e uma multidão vai chegando pra noitada com todos os atributos que identificam os sacerdotes e sacerdotisas de uma das mais tradicionais religiões cariocas: o culto ao corpo.
O uniforme feminino se compõe de mini-saia, short curto, calças sufocantemente justas e de cintura baixa, praticamente na linha do púbis; quase sempre brancas em contraste a pele bronzeada. As blusas se resumem a minúsculos bustiês, deixando a barriga exposta, muitas vezes decorada com piercing no umbigo ou tatuagem.
Os homens também usam calças agarradas e boné além de camisetas sob medida para exibir os braços malhados da academia. É como os índios que usam pinturas corporais para ir à caça, porém nesse terremoto musical o foco da caça parece ser totalmente sexual.
A adoração sobre todas as coisas a par de músculos chamados glúteos maximus ou “popozão” como é carinhosamente chamado é outro traço típico e que parece incomodar muita gente, mas é enaltecido nas coreografias criadas por mulheres midiáticas que comparam as esculturas de seus corpos a uma banca de “frutigranjeiros”, cujo passo fundamentais são as flexões de braços para frente e para trás na altura dos quadris que simulam penetrações e empinar o bumbum tremelicando, o que leva a uma das principais motivações masculinas na escolha de uma parceira.
Os machos também se exibem provocativamente rebolando na pista de dança tanto quanto as fêmeas nesse jogo de sedução que parece ser uma versão contemporânea dos ritos de acasalamento antepassados (ancestrais); enquanto elas freqüentemente são chamadas nas letras das musicas em termos pejorativos, como Cachorra (puta), Preparada (fácil e experiente), Popozudas (com a bunda grande), Mercenária (interesseira), Porpurinadas (bem tratada, cheirosa), Tchutchucas (nova e bonita), Boca de Veludo e Engole Míssil (mulher pra fazer sexo oral), e se colocam como sexualmente ativas dançando ao sabor de letras que as tratam como objetos. Mais dizer que as mulheres são usadas é uma visão ingênua, pois o raciocínio delas é outro; elas vão pra escolher e não ser escolhidas. Ambos os comportamentos contrariam uma das acusações mais comuns a esta tribo, de que seria uma manifestação cultural machista, que tratam as pobres meninas, como meros objetos sexuais.
Por ser considerada uma das maiores manifestações culturais, ele tem como público diferentes classes sociais e assegura ter uma multidão de seguidores. Além de ser garantia de emprego para muitas pessoas, pois não é necessário ter um curso de canto, uma letra intensa e reflexiva, apenas um gingado, um rebolado, e um dialeto coerente com sua massa seguidora.
Ele é perseguido, excluído, explorado, hostilizado, ridicularizado, contudo, nem por isso é considerado uma cultura apática, mas sim revolucionária independente de um ponto de vista.

Autores: Dayane, Érica Catanho, Thaiane Maroto,Sandro Oliveira. Turma Noite

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